quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

"Trem Fashion"... essa é boa!


E não é que o Trenzão nosso de cada dia ficou fashion mesmo, plena Estação Julio prestes, em São Paulo?

A grife Ellus, no lançamento de sua mais nova marca, a 2nd Floor, trouxe todas as características urbanas do trem paulista, mais precisamente da linha B, misturadas com o glamour e ostentação do SP Fashion Week, em seu penúltimo dia de desfile.

De acordo com a Assessoria de Imprensa da CPTM, “Um dos trens da CPTM, com cerca de 100 modelos, surpreendeu os cerca de 1.500 convidados, ao chegar buzinando, envolto em fumaça e luz vermelha. De dentro dele, saltaram os modelos”. Dá pra imaginar?

A diretora de criação das marcas mencionadas, Adriana Bozon, justificou a escolha pela Estação Julio Prestes, que, segundo ela, “além da arquitetura marcante, ela [a estação]combina com o lado urbano da coleção da Ellus e com a inspiração da coleção da 2nd Floor, que homenageia a cidade de S. Paulo", declarou à CPTM.

Deve combinar mesmo, pois, de acordo com o divulgado, as roupas usadas faziam menção ao universo punk, com predominâncias na cor preta, coturnos, detalhes de metais e essas coisas que a galera punk gosta.

Famosos como a atriz Mel Lisboa, o ator Erik Marmo e o cantor Supla estavam por lá.

Clique na foto, que eu copiei do site da CPTM (desculpa) para conferir os detalhes.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Chuva de granizo? Metralhadora?


Andar de trem é mesmo uma grande aventura. As vezes é bem divertido, digamos, interessante. Você se confronta com culturas tão diferentes, com situações realmente imprevisíveis. Pena que o lado bizarro do trem não fique só nisso, pois o lado ruim é, algumas vezes, bem dolorido e perigoso.

Estava voltando para a minha casa, ouvindo música e viajando com meus pensamentos quando fui “acordada” com muita violência e a maior sensação de impotência do mundo! Uma pedra, dessas grandes de linha mesmo, entrou com tudo pela janela do trem e atingiu a minha perna direita. E ainda bem que foi na perna. Embora tenha sido bem dolorido e me deixado o final de semana todo com dor na perna e um roxo gigantesco, denunciando o ocorrido, uma pedrada daquela, com a força que vem de fora para dentro do vagão, se pegasse na cabeça de alguém, com certeza faria um estrago ainda maior. Imagino, inclusive, se pegasse uma pessoa idosa ou uma criança... não é bom nem de pensar.

Na verdade a pedra passou perto de atingir alguém mais frágil e em posição ainda mais vulnerável. Sentada na janela por onde a pedra entrou havia uma adolescente com Síndrome de Down. Foi um susto geral. A pedra, que só pode ter sido atirada com um estilingue, tamanha a força com que atinge, bateu em minha perna e voou para o outro lado do vagão, fazendo um barulho que agitou aquela viagem de trem.

O que se pensa depois de um episódio desses? Sei lá... eu levei a pedrada, senti a dor e fiquei ali, sem poder fazer nada. Eu estava presa dentro de um trem e nem fazia idéia de quem foi o atirador de pedras malvado. É uma situação realmente injusta, pois nem xingar adianta. Vai xingar quem??? Foi a mesma sensação de quando eu levei uma bela cuspida, que – ainda bem – pegou no meu braço, vinda de algum infeliz da estação, bem na hora em que o trem fechou as portas e já estava em movimento. Não vi mais nada...

Depois, eu fiquei pensando na pessoa, aliás, nas pessoas que ficam escondidas naqueles morros que beiram a linha, esperando o trem passar para atirar uma pedra. Veja bem: esse ser, que não pode ser chamado de ser humano, racional, gente, já deve ter nascido e destinado a ser isso, um coitado sem cérebro, sem nada na vida. Ele nasceu fadado a viver sem inteligência e sem escrúpulos, pois, gente ruim é assim. Isso é coisa de pessoas que já nascem estragadas. Imagine só você sentir prazer em fazer algo que pode machucar seriamente alguém (o que, nesse dia, graças a Deus não aconteceu), mas que, no entanto, você nem irá ver. Esse tipo de gente sente prazer em imaginar o estrago que possa ter feito, e fica se divertindo com isso. É falta de consciência, responsabilidade, respeito, compaixão. É falta de tudo que, bem ou mal, mantém a vida organizada em sociedade. E a sociedade, infelizmente, é obrigada a abrigar também, junto com pessoas descentes e honradas, seres inferiores.

No outro dia, o trem chegava à estação de Carapicuíba quando foi alvejado por pedras. Foram várias ao mesmo tempo, o que nos pareceu tiros de metralhadora. Todo mundo, no susto, abaixou a cabeça cobrindo-a com as mãos. Depois vimos imensas pedras dentro do vagão, denunciando o ataque insano e sem objetivo algum que não fosse, apenas, machucar.

Coitados! Eles merecem o submundo...